Rosa

Seu perfume a exalar
Seduziu-me sagazmente
Rosa linda, encarnada
À beira sobrevivente.

Solitária junto aos seus
Periférica à avenida
Onde tantos transeuntes
Passam rente, ida e vinda.

Serena à luz cotidiana
Sensata à clareira noturna
Onde tantos andarilhos
Passam alheios à sua figura.

Vez ou outra, no repente
Uma visita surge alada
A abelha que faz mel
Borboletinha colorada,

Um besouro ou joaninha
Sem um fixo endereço
Pernoitam dentro de ti
Encontram o aconchego.

Por acaso, repente a vi
Repousada, circunflexa
Tendo o vento a acariciá-la
Beijando-a pétala a pétala.

Ora não temendo a morte
Por certo desconhecê-la
Não há empecilho algum
Que venha a aborrecê-la.

Pois é flor, e assim sendo,
Em ciclos, renova-se e persevera
Minguante ao frio invernal
Retumbante na primavera.

por Júnio Liberato

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