Pingos Nos Is

Nem sempre é justo reclamar da forte ventania
Quando se sai para passear num dia nublado.
Haja vista que é muito ruim se molhar por completo
Mesmo estando devidamente ciente e preparado,
De que uma forte tempestade possa se formar
Com nuvens negras devorando rapidamente a claridade.

Quando o pássaro está totalmente empenado,
E forte o bastante para poder se virar
Será o momento certo de deixá-lo ir
Já que ele está pronto para enfim voar.
Todavia, ele pode não querer partir
Deixando aquele ninho seguro que o acolheu
E ao mesmo tempo, sinta medo de pular.

Queria poder das trágicas ciladas do coração
Me esquivar por completo ou até mesmo fugir,
Se não há nenhuma reciprocidade nas relações
Talvez, seja a hora de pôr os “pingos nos is”
Bom mesmo seria, se não houvesse um muro entre nós
E que eu não precisasse esconder o que sinto ou fingir.

por Júnio Liberato

Compartilhe esse post:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados

Deus se revela através da sua criação, das criaturas e das mais inesperadas situações que nos vêm, por vezes, de forma pedagógica.
Não há como explicar a saudade, o tempo a dissipa mas não dizima; afugenta, mas não extingue; leva, mas não consome.