Metade

A meta não era ser metade
Acontece que a vida separa
Os sonhos em pedaços minúsculos
E os caminhos em duas vontades.

A meta da flecha é o alvo
Mesmo que ainda não saiba
A meta da flecha é o ponto
Ainda que descalibrada,
Ponto cego em meio ao caos
Entre o nirvana e a cegueira da raiva.

Contrário ao ponto de encontro,
Na força oposta ao sentido
em que a flecha alveja sem pena
Pelo impulso do arco inibido
É a resistência em curso inverso
Onde muitos encontram abrigo.

A meta quando não alcançada
Às vezes é culatra que expele o tiro.

por Júnio Liberato

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