Guerreira Mulher (Dorothy Stang)

Em homenagem à Dorothy Stang, ativista assassinada em fevereiro de 2005.

 

Ativista, naturalista
Mulher, guerreira, irmã
Com sua vida pagou
O alto preço da desigualdade
E da covardia dos latifundiários.

Ó terra que clama forte
No seio desta grande nação
O sangue que adentra a terra
Bem no meio do estradão
Era sangue inocente
De quem só queria bem ao irmão.

Se agora há o mistério
Sobre o martírio cometido
Mataram irmã Dorothy
Com maldade a sangue frio
Às sete horas da manhã
Em fevereiro de dois mil e cinco.

Por que mataram a insigne senhora?
Que só tinha a missão de auxiliar
Aqueles que não tinham
Uma terra para morar
Que não tinham um pedacinho
Para colher e nem plantar
Mataram a esperança
Àquela que só queria ajudar.

Ao ser pelo bandido
Rapidamente questionada
Se ela ali portava
consigo alguma arma
Levantou as mãos e disse:
“Eis aqui a minha arma”
Empunhando em suas mãos
A antiga bíblia sagrada.

Morreu como uma heroína
Um legado aqui deixou
Sua missão foi cumprida
Porém, a luta ainda não acabou
Quantas Dorothys são mortas
E ainda nada mudou?
Os assassinos em pune
Nenhum preso ficou
Esse é o retrato do Brasil
Quinhentos anos e nada mudou.

 

por Júnio Liberato

Compartilhe esse post:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Relacionados

Deus se revela através da sua criação, das criaturas e das mais inesperadas situações que nos vêm, por vezes, de forma pedagógica.
Não há como explicar a saudade, o tempo a dissipa mas não dizima; afugenta, mas não extingue; leva, mas não consome.