Não são dois olhos apenas,
Nos quais olho profundamente,
São duas preciosidades terrenas,
um par de mistérios envolventes:
Intrigam-me; inspiram-me,
Trazem-me num ímpeto regresso
A paz necessária para sonhar.
Nos teus olhos tão puros,
Perderam-se os meus no hiato,
Do limiar de sua alma serena
Cujos olhos são portais disfarçados.
No equilíbrio do seu corpo sinuoso,
Vislumbrei mais perfeita sintonia
Entre a serenidade dos movimentos
E a gravidade ardil que o desafia
Numa forma endêmica de encanto
Pelo rosto meigo que me sorria.
Raridade também encontrei
No som harmonioso de sua voz,
Timbre angelical; melodia auspiciosa,
Adentrando os tímpanos, atroz
Bem mais que uma reles música
Que se ouve bem atento e a sós,
Mais belo até que o canto sublime
Dos mais preciosos rouxinóis.
por Júnio Liberato