Nunca

Nunca,
Palavra que tanto machuca
Quando soa absoluta,
Tira-nos do aconchego
Viola parte dos segredos
Vorazmente e astuta;

No coração de quem escuta
Dói de uma forma intermitente
Que chega a fazer espasmos

Ao tocar os ouvidos da gente
Esse termo tão descrente
Deixa o sujeito desnorteado.

Fere sem erguer as mãos
Derruba sem passar a perna
Dentro do dito inconsciente
A palavra mal(dita) hiberna.

Marca sem usar carimbo
Aleija sem amputar um membro
Mata um pedaço de alguém
Sem usar letal veneno.

por Júnio Liberato

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