Pseudo-Amor

Canteiro vasto de flores diveras é a vida
Em que o sol da paixão faz secar suas pétalas
Pena que nenhuma beleza é infinita
O castigo das flores é não serem eternas
Neste mundo nenhum perfume é perpétuo
Nem toda palavra o que sentimos expressa.

Sentimentos e desejos jamais se misturam
Na sopa de letrinhas da vida tresloucada
A unção de certos caminhos é uma loucura
Faz do sentido da vida procura desvairada
Sentimentos são rebeldes, chegam sem avisar
Desejos são pré-fabricados, fantasias mimadas.

O amor se forçado, colérico se torna
Cadeado rompido pela ação de força bruta
Elo partido remendado por fina solda
Um olhar não recíproco a sutileza insulta
A procura desesperada um cárcere se torna
Que cega os olhos de maneira ininterrupta.

No coma em que jazem as almas perdias
O desejo febril é doloso ao coração
Responsável por suturar profundas feridas
O horizonte, tornou-se vaga lembrança em vão
O vácuo neste caso, é ausência de empatia
O desinteresse é a alma gêmea da decepção.

por Júnio Liberato

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